Press

Jornal Público

“Sou trineta da escravatura, bisneta da mestiçagem, neta da independência e filha da diáspora”

Vitória Queiroz da Fonseca não é Yara Monteiro. Mas é mulher e é negra como ela. As duas nasceram no Huambo, com um ano de diferença: a primeira, em 1978, é a personagem principal de Essa Dama Bate Bué (Guerra e Paz); a segunda, em 1979, é a autora do romance. 

Portrait of Yara Monteiro, by Nuno Ferreira Santos.
Portrait of Yara Monteiro, by Nuno Ferreira Santos.
“Retrato da mãe do artista”, by James McNeill Whistler (1871)
“Retrato da mãe do artista”, by James McNeill Whistler (1871)
Revista Subversa

Wayula e os arrebóis adiados

Essa dama baté bué, livro de Yara Monteiro, editado pela Guerra e Paz em 2018, decalca os movimentos erráticos dos braços da criança voltados para o corpo da mãe. De facto, a figura materna é no romance uma incógnita, e o hiato materno, confundido o rosto daquela com o da máscara nacional, contribui para a discussão ante o sentido de identidade, seja na sua vertente mais íntima, sexual, ou social, de cidadania, sem que uma ou outra se desloque do âmbito político, pois que nada se toma excluente das relações de poder.

Buala

“As minhas raízes são africanas e as minhas asas são europeias”, entrevista a Yara Monteiro

Em dezembro de 2020, Yara Monteiro conversou com Doris Wieser sobre os trânsitos que marcaram o seu percurso e a influencia que tiveram na sua vida e no seu trabalho literário.

Portrait of Yara Monteiro.
Portrait of Yara Monteiro.
Cover of the book 'Essa Dama Bate Bué', by Yara Monteiro.
Cover of the book ‘Essa Dama Bate Bué’, by Yara Monteiro.
Folha de São Paulo

Livro de Yara Monteiro investiga perdas que se dão no fluxo migratório

Em ‘Essa Dama Bate Bué!’, angolana retrata Luanda como cidade cheia de contrastes e metáforas visuais instantâneas

Buala

Memórias Aparições Arritmias, de Yara Nakahanda Monteiro (Companhia das Letras, 2021)

É difícil ler Memórias Aparições Arritmias sem pensar nos estudos da memória. A memória é uma presença constante neste livro de Yara Nakahanda Monteiro. As suas memórias e as memórias da sua família que lhe foram chegando, ao longo da vida. A poeta faz uso daquilo a que Jan e Aleida Assmann chamaram de “memória comunicativa” (kommunikatives Gedächtnis), que se constitui na interação informal do quotidiano: pelas histórias, imagens e emoções que se transmitem nas famílias e entre pessoas com contacto direto e que abarca as vivências das três a quatro gerações vivas. Essa familiaridade e esse mundo pessoal, que é tanto afetivo como doloroso, pautam grande parte das memórias que pululam de poema em poema, recordando muitas vezes um tempo e um espaço a que a poeta, ou os seus eus líricos, só de forma indireta poderiam ter acesso. E no entanto, são memórias suas, apropriadas, que fazem parte da sua narrativa, da sua história, do seu percurso e sem as quais a sua história nunca estaria completa.

Cover of the book ‘Memórias, Aparições, Arritmia’, by Yara Monteiro.
Cover of the book ‘Memórias, Aparições, Arritmia’, by Yara Monteiro.
Full body shot of Yara Monteiro. © Ozias Filho.
Full body shot of Yara Monteiro. © Ozias Filho.
Jornal Rascunho

Ensaio fotográfico de Yara Nakahanda Monteiro

Estava escrito no mapa, em cada ponto marcado com um x, vincado frente e verso com letras garrafais: Sou de onde estou. A escritora angolana Yara Nakahanda Monteiro vê em cada mapa, destino que se lhe apresenta, uma possibilidade para descobrir o outro, descobrir-se a si própria, e, com determinação, ser feliz.